Populismo Corporativo

Foto por Vladimir Blyufer em Pexels.com

Um perfil de post que bomba aqui no LinkedIn: bater nos chefes e superiores.

Todo mundo se sente “representado”, afinal, a maioria que navega nessa plataforma é liderado por alguém.

Ainda que você esteja em uma posição de liderança, você tem superiores também ou já teve na trajetória da sua carreira.

Então, natural se identificar com tal conteúdo, por mais caça-likes que sejam tais abordagens, ainda mais quando estes posts saciam aquele desejo repreendido de revanchismo (nem venha com puritanismo ou positividade “gratiluz”).

Mas fico muito mais intrigado com o que está implícito nesse tipo de mobilização virtual: a idealização da liderança.

Nossa rotina seria muito mais fácil se o nosso superior fosse moldado pelas nossas expectativas, como alguém feito sob medida dos nossos desejos.

Mas ao contrário, a realidade impõe aos nossos superiores o cumprimento de metas e resultados, os quais eles são cobrados, e isso, em algum momento, poderá conflitar e acabar destruindo o nosso castelinho de areia onde está construído o perfil do “líder ideal”.

Portanto, toda vez que achamos genial um post que de forma simplista e genérica, reforça o nosso desejo da liderança idealizada, saiba que esse tipo de conteúdo é um simples cafuné, um afago, igual ao que nossos pais faziam quando ainda éramos crianças, onde ainda tínhamos uma visão lúdica das relações humanas.

Não espere por utopias.
A pessoa que está acima de você é tão imperfeita quanto a próxima pessoa acima na hierarquia e assim sucessivamente.

Saiba ponderar entre prós e contras, que estão presentes onde há ação humana, logo, em todas as empresas.

Essa é a forma madura e produtiva de encararmos tais conflitos na nossa rotina.

Por fim, cafuné e afagos são gestos paternais, que confortam mas que não permitem crescimento (pessoal ou profissional), e quando estes são direcionados a uma massa de indivíduos e reforçam ataques contra quem está supostamente “acima”, torna-se uma mera ação de Populismo.

Publicado originalmente no LinkedIn por Carlos Vinícius Casarotto Ramos

2 comentários em “Populismo Corporativo

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