A desobediência civil

Saudações, leitores e leitoras!

Hoje tecerei breves comentários sobre a obra de Henry David Thoreau, A desobediência civil. A edição que comprei é da Editora Antofágica. Gostei do livro em si, da parte realmente escrita pelo autor. Porém, fiquei confuso com os textos de apresentação e do posfácio. Veja bem, a obra de Thoreau, no meu entendimento, prega um certo individualismo, uma independência das pessoas em relação ao estado. Porém, todos os textos antes e depois da obra foram escritos por autores de esquerda, cuja ideologia é notoriamente coletivista, e acredita que o estado deve intervir fortemente na vida das pessoas. Me pareceu incoerente. Pesquisando, encontrei textos de sites liberais e libertários defendendo a obra. Se há tantos pontos de vista diferentes, caberia à editora fomentar o debate, colocando textos de autores com seus variados pontos de vista sobre a obra, e não apenas um ou outro lado. 

Abaixo, os trechos da obra que mais gostei e destaquei:

“O melhor governo é aquele que não governa nada”

O governo em si, que nada mais é do que o formato escolhido pelo povo para executar suas vontades, é igualmente suscetível a abusos e distorções antes que esse mesmo povo possa se manifestar por meio dele.

Os governos são prova, portanto, de como os homens podem ser enganados ou como podem enganar a si mesmos em benefício próprio. Isso, devemos reconhecer, é excelente; e mesmo assim esse governo, por si só, jamais incentivou qualquer iniciativa a não ser pela velocidade com que saiu de seu caminho.

Se cada homem puder expressar qual tipo de governo ganharia seu respeito, avançaríamos um passo em direção a obtê-lo.

A lei jamais fez os homens mais justos, nem um pouco que fosse; e, por meio de seu respeito a ela, até os mais bem-intencionados se convertem, diariamente, em agentes da injustiça.

Nem por um instante sou capaz de reconhecer como meu governo uma organização política que é, também, um governo de escravos.

Todo homem reconhece o direito a se rebelar; isto é, o direito de negar lealdade e de resistir ao governo quando sua tirania ou sua ineficiência se tornam insuportáveis. Mas quase todos afirmam que não é esse o caso no momento.

Mas quando o atrito acaba tomando conta da máquina, e a opressão e o roubo se tornam organizados, digo que devemos nos livrar dessa máquina. Em outras palavras, quando um sexto da população de uma nação que se propôs a ser um refúgio de liberdade é composta de escravizados, e um país inteiro é invadido injustamente, conquistado por um Exército estrangeiro e submetido à lei militar, penso que não seja precipitado que os homens honestos se rebelem e promovam uma revolução. O que torna esse dever ainda mais urgente é o fato de não sermos o país invadido, mas sim o país do Exército invasor.

Mas quem desejar salvar a própria vida desse modo deverá perdê-la.

Um homem sábio jamais deixaria o que é certo à mercê do acaso, nem desejaria que ele prevalecesse pela força da maioria.

O soldado que se recusa a lutar numa guerra injusta é aplaudido pelos mesmos homens que não se recusaram a apoiar o governo injusto que faz a guerra; é aplaudido pelos mesmos homens cujas ações e autoridade desdenham e desprezam.

É o governo que deixa tudo pior.

“Se um Estado é governado pelos princípios da razão, a pobreza e a miséria são motivos de vergonha; se um Estado não é governado pelos princípios da razão, a riqueza e os privilégios são motivos de vergonha”.

Se uma planta não é capaz de viver de acordo com sua natureza, ela morre; com o homem se dá o mesmo.

Estadistas e legisladores, por estarem tão profundamente imersos nas instituições, jamais serão capazes de encará-las de forma nua e crua.

O governo não pode ter qualquer direito puro sobre a minha pessoa ou minha propriedade além daqueles que eu concedo.

O livro pode ser comprado na Amazon, no link abaixo:

A DESOBEDIÊNCIA CIVIL – HENRY DAVID THOREAU

Um abraço,

Marcelo.

Processando…
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