Educação: livre e obrigatória

Saudações, caros leitores!

O livro desta semana trata de um tema muito em voga na nossa sociedade ultimamente (talvez desde sempre): educação. Em seu livro Educação: livre e obrigatória, Murray Rothbard critica duramente o sistema de educação estatal. Os dois pontos mais atacados pelo autor são a obrigatoriedade e a padronização do ensino.

Eu diria que na verdade, o principal ponto do livro é sobre a liberdade de escolha. Com a obrigatoriedade e padronização do ensino, tira-se a liberdade de pais e alunos sobre quando e quanto frequentar a escola, bem como sobre o que estudar e por quanto tempo.

Pelo que senti, o autor fica mais indignado com a padronização do ensino, uma vez que este modelo de ensino universaliza todo o conteúdo por um nível médio, impedindo que as crianças e jovens explorem todo o seu potencial, uma vez que são obrigadas a estudar coisas pelas quais elas não se interessam.

O livro foi escrito analisando o contexto da educação dos Estados Unidos, mas o conteúdo é bastante válido também para o Brasil, uma vez que as realidades de ensino são similares.

Abaixo, alguns trechos do livro:

É óbvio que uma pessoa adquire sua educação em todas as atividades de sua infância; todas as horas em que está acordada são gastas no aprendizado de uma forma ou de outra. É claramente absurdo limitar o termo “educação” para um tipo de escolaridade formal. A criança está aprendendo a todo instante.

Em um sentido fundamental, para dizer a verdade, todos são “autodidata”. O ambiente de uma pessoa, físico ou social, não pode “determinar” as ideias e conhecimentos que ela terá quando adulto. É um fato fundamental da natureza humana que as ideias de uma pessoa são formadas por ela mesma; outros podem influenciá-la, mas ninguém pode absolutamente determinar as ideias e valores que o indivíduo vai adotar ou manter durante a vida.

As sociedades rudimentares são caracterizadas pela semelhança, pela igualdade; as sociedades desenvolvidas são marcadas pela dessemelhança, pela desigualdade ou variedade. Enquanto regredimos, monotonia, enquanto avançamos, variedade. Enquanto regredimos, as pessoas são mais iguais, enquanto avançamos, as pessoas são mais diferentes, isto parece, certamente,… como se a aproximação à igualdade fosse um declínio para condições de selvageria, e como se a variedade fosse um avanço em direção a civilização superior…

É evidente que o comum entusiasmo pela igualdade é, num sentido fundamental, anti-humano.

Visto que habilidades e interesses são naturalmente diversos, um impulso para tornar as pessoas iguais em todos ou quase todos os aspectos é necessariamente um nivelamento por baixo. É um impulso contra o desenvolvimento do talento, gênio, variedade e poder de raciocínio. Visto que nega os princípios fundamentais da vida humana e crescimento humano, o credo da igualdade e uniformidade é um credo de morte e destruição.

Há um sentido, entretanto, no qual a igualdade entre os homens é sensata e benéfica. Cada indivíduo deve ter o ambiente mais livre possível para o desenvolvimento de suas faculdades e sua personalidade. Para ter este ambiente, ele precisa estar livre da violência contra sua pessoa. Violência apenas consegue reprimir e destruir o crescimento e o esforço humano, e nem a razão e nem a criatividade podem funcionar numa atmosfera de coerção. Se cada pessoa possuir igual defesa contra a violência, essa “igualdade perante a lei” permitirá a ela maximizar suas potencialidades.

Qualquer escolaridade envolve inapropriadamente estirar cada criança na cama procusteana da uniformidade incompatível.

Da mesma forma, qualquer ritmo que o professor coloque na classe cria uma injustiça para quase todos; no lento que não consegue acompanhar, e no brilhante que perde interesse e preciosas chances de desenvolver seu grande potencial.

Na verdade, quanto mais igual é a oportunidade aparente mais desigual é a realidade. Quando a mesma instrução, para o mesmo número de horas num dia, pelos mesmos professores, é provida para cinquenta meninos e meninas, a maioria não tem quase nenhuma oportunidade.

Uma das melhores maneiras de encarar o problema da educação obrigatória é pensar numa analogia quase exata na área de outro grande meio educacional – os jornais. O que pensaríamos sobre uma proposta do governo, federal ou estadual, de usar o dinheiro dos pagadores de impostos para criar uma rede nacional de jornais públicos e obrigar todo o povo, ou todas as crianças, a lê-los? O que pensaríamos se, além disto, o governo proibisse todos os jornais que não se encaixassem aos “padrões” do que uma comissão do governo acha que as crianças devem ler? Essa proposta seria geralmente considerada um horror nos Estados Unidos e, no entanto, este é exatamente o tipo de regime que o governo criou no âmbito da instrução escolar.

Apesar de ser um ardente defensor das escolas públicas para ajudar os pobres, Thomas Jefferson diretamente rejeitou a compulsão: É melhor tolerar o caso raro de um pai recusando deixar seu filho ser educado, do que chocar os sentimentos e ideias comuns pelo transporte e educação forçados da criança contra a vontade do pai.

O plano é abolir notas, através das quais as crianças ótimas ou ruins conhecem a extensão de seus progressos, e em vez disso dar nota “subjetivamente” ou nenhuma. Como resultado, os pupilos brilhantes são furtados do incentivo e oportunidade de estudar, e os lentos são encorajados a acreditar que o sucesso, na forma de notas, promoções etc. virá a eles automaticamente.

O livro está disponível na Amazon, no link abaixo:

EDUCAÇÃO: LIVRE E OBRIGATÓRIA – MURRAY ROTHBARD

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Aqui indico também outros materiais que abordam o tema da educação, se você decidir se aprofundar no tema. São documentários, livros e programas de televisão que mostram diferentes retratos da educação pelo mundo:

Documentário Pátria Educadora

Documentário A Torre de Marfim

Programa Destino Educação: Escolas Inovadoras, da TV Futura

Livro The Beautiful Tree, de James Tooley

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Livro The Case Against Education, de Bryan Caplan

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Se você ainda não tem o Kindle, pode baixar os aplicativos para PC, tablet ou smartphone neste link!

Você já leu este livro? Qual sua opinião sobre ele?

Até semana que vem, com mais um livro!

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